terça-feira, 27 de novembro de 2012

Combate à Violência Contra a Mulher. Denuncie, meta a colher e salve uma vida.

O  Brasil é o 7º país onde se mata mais mulheres no mundo.

Para muitos, ‘bater em mulher’ ainda não é crime, o que gera aumento da violência que, muitas vezes, leva a morte

No Dia de Combate à Violência Contra a Mulher, dia 25 de novembro, uma triste realidade: seis anos após a promulgação da Lei Maria da Penha, estatísticas recentes mostram uma tendência de aumento da violência contra mulheres no Brasil apesar dos esforços no combate à violência e o aumento no número de denúncias. Em 2010, por exemplo, foram 4.297mulheres assassinadas.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de 70% das mulheres em todo o mundo sofrem algum tipo de violência de gênero ao longo da vida. A estimativa é que uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro.

Desde a Paz no Lar até a Paz no Mundo

Este é o tema deste ano da campanha lançada dia (25) em mais de 160 países pelo Centro pela Liderança Global das Mulheres.


A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher terminará em 10 de dezembro, quando é lembrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e tem como objetivo buscar celeridade em inquéritos policiais e processos, além de sensibilizar a população sobre a importância de denunciar casos de violência contra mulheres.

Na verdade a violência contra as mulheres é uma forma de controle social que interessa muito à classe econômica dominante, pois, controlando, violentando e desmoralizando as mulheres, controla-se metade da classe trabalhadora, controla-se sua capacidade reprodutiva, mutila sua capacidade de mobilização e se economiza para o capital, que torna exclusivo a elas o trabalho doméstico não remunerado”, alerta uma das ativistas do movimento.

Maria da Penha

Embora considerada modelo internacionalmente, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, ainda não está atingindo o patamar desejado, falhando na redução do sofrimento e mortes de milhares de brasileiras.

"A gente diz o tempo todo para essas mulheres denunciarem a violência, mas nada é feito. O Estado não reage a essa denúncia, ou se reage, fica apenas no papel. Essa ineficiência cria um cenário de impunidade muito perverso", diz Wania Pasinato, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP.


Como diria Andrea Dworkin, escritora feminista norte-americana, “toda dominação pessoal, psicológica, social e institucionalizada nessa terra pode ser remetida a uma mesma fonte original: as identidades fálicas dos homens.”

Outros dados:

- 1 bilhão de mulheres (ou uma em cada três do planeta) já foram espancadas ou estupradas em todo o mundo;

- No Brasil, a cada quatro segundos uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto;
- O ciúme desponta como a principal causa aparente da violência, assim como o alcoolismo ou estar alcoolizado no momento da agressão;

- Pernambuco é o Estado líder em casos de morte de mulheres por companheiros;


- Todo ano, centenas de milhares de mulheres e de jovens no mundo todo são vendidas a redes de prostituição sob a falsa promessa de trabalho no setor de serviços (elas são levadas a casas onde são espancadas e presas, depois ficam sem seus documentos de identidade e são forçadas a prostituírem-se);

- Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro.

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