Artur Azevedo
Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em 7 de julho de 1855, em São Luís – MA e faleceu em 22 de outubro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães, que, separada, No nascimento de seus filhos (três meninos e duas meninas) já vivia maritalmente com David; casou-se logo depois do falecimento do seu primeiro marido na Corte.
Em 1871 escreveu uma série de poemas satíricos sobre as pessoas de São Luís, perdendo o emprego de amanuense (copista de textos à mão).
Seguiu para o Rio (1873), onde foi tradutor de folhetins e revisor de “A Reforma”, tornando-se conhecido por seus versos humorísticos. Escrevendo para o teatro , alcançou enorme sucesso com as peças “Véspera de Reis” e “A Capital Federal”. Fundou a revista “Vida Moderna”, onde suas crônicas eram muito populares.
Artur de Azevedo, prosseguindo a obra de Martins Pena, consolidou a comédia de costumesbrasileira, sendo no país o principal autor do Teatro de revista, em sua primeira fase. Sua atividade jornalística foi intensa, devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas, especializadas, além da fundação de alguns jornais cariocas.
Escreveu cerca de duzentas peças para teatro e tentou fazer surgir o teatro nacional, incentivando a encenação de obras brasileiras. Como diretor do Teatro João Caetano, no Rio, encenou quinze originais brasileiros em menos de três meses.
Novelista, escritor e dramaturgo baiano (19/10/1922-18/5/1999). Um dos mais consagrados teatrólogos e autores de telenovelas do Brasil. Alfredo de Freitas Dias Gomes nasce em Salvador e escreve aos 15 anos sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, jamais levada aos palcos, porém premiada no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939.
Sua primeira obra encenada, Pé de Cabra, de 1942, é montada por Procópio Ferreira e censurada pelo Estado Novo. Na década de 50 escreve radionovelas. Abandona o rádio em 1964, quando os militares invadem a Rádio Nacional com uma lista de subversivos que inclui seu nome.
Entre suas peças teatrais, a mais célebre é O Pagador de Promessas (1959), com versão em 12 idiomas. Adaptada para o cinema em 1962, por Anselmo Duarte, ganha a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Participa do Partido Comunista Brasileiro por 30 anos. Em 1965, a peça O Berço do Herói, mais tarde transformada em Roque Santeiro, é proibida no dia da primeira apresentação. Estréia na Globo em 1969, com a novela A Ponte dos Suspiros. Entre seus sucessos na TV estão a novela O Bem Amado (1973) , que virou seriado entre 1980 e 1985, Roque Santeiro (1985/1986),Bandeira 2 (1971), O Espigão (1974) e Saramandaia (1976).
Em 1983 perde a mulher, Janete Clair, também novelista, que sofria de câncer. Em 1991 é eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 1995 passa por uma cirurgia para implantar pontes de safena. Morre em um acidente automobilístico em São Paulo.
José de Alencar
José Martiniano de Alencar (1829-1877), político, jornalista, advogado e escritor brasileiro. Foi o maior representante da corrente literária indianista. Cearense, com parte da adolescência vivida na Bahia, José de Alencar formou-se em Direito e foi jornalista no Rio de Janeiro. Vaidoso e sentimental, iniciou sua carreira literária em 1857, com a publicação de O guarani, lançado como folhetim e que alcançou enorme sucesso, o que lhe rendeu fama súbita. Sua obra costuma ser dividida em três etapas: 1) Romances urbanos: Cinco minutos (1860), A viuvinha (1860), Lucíola (1862), Diva (1864), A pata da gazela (1870), Sonhos d’ouro (172, Senhora (1875) e Encarnação (1877). 2) Romances históricos: O Guarani (1870), Iracema (1875), As Minas de prata (1865), Alfarrábios (1873), A guerra dos mascates (1873) e Ubirajara (1874). 3) Romances regionalistas: O gaúcho (1870), O tronco do Ipê (1871), Til (1872), O sertanejo (1876). José de Alencar criou uma literatura nacionalista onde se evidencia uma maneira de sentir e pensar tipicamente brasileiras. Suas obras são especialmente bem sucedidas quando o autor transporta a tradição indígena para a ficção. Tão grande foi a preocupação de José de Alencar em retratar sua terra e seu povo que muitas das páginas de seus romances relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados pessoalmente por ele, com o intuito de, cada vez mais, “abrasileirar” seus textos. Ao lado da literatura, José de Alencar foi um político atuante — chegou a ocupar o cargo de ministro da Justiça do gabinete do visconde de Itaboraí — e foi um prestigiado deputado do Partido Conservador por quatro legislaturas. Todas as reformas pelas quais lutou propunham a manutenção do regime monárquico (ver Monarquia) e da escravatura (ver Escravidão). Famoso a ponto de ser aclamado por Machado de Assis como “o chefe da literatura nacional”, José de Alencar morreu aos 48 anos, no Rio de Janeiro, deixando seis filhos, inclusive Mário de Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai.
Milton Santos (Geógrafo brasileiro)
3/5/1926, Brotas de Macaúbas (BA)
24/6/2001, São Paulo (SP)
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_997.html
24/6/2001, São Paulo (SP)
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_997.html
O baiano Milton Santos nasceu na região da Chapada Diamantina. A família era de classe média, e tanto o pai como a mãe eram professores primários.
Aos dez anos, prestou exame para o Instituto Baiano de Ensino (Salvador) e passou em primeiro lugar. Depois, durante o curso secundário, criou e dirigiu dois jornais de escola, “O Farol” e “O Luzeiro”.
Ingressou na faculdade de direito e atuou na política estudantil, chegando a ser eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1948, formou-se pela Universidade Federal da Bahia.
Foi professor em Salvador e depois em Ilhéus. Nessa última cidade, foi correspondente do jornal “A Tarde”. Também publicou seu primeiro livro, “A Zona do Cacau”, tratando daquela monocultura na região. Ainda em Ilhéus, conheceu Jandira Rocha, com quem se casou e teria um filho, Milton Filho.
Retornou para Salvador, tornou-se professor na Faculdade Católica de Filosofia e editorialista do “A Tarde” e publicou mais de uma centena de artigos de geografia.
Em 1956, foi convidado pelo professor Jean Tricart a realizar seu doutorado em Estrasburgo (França). Tendo viajado pela Europa e pela África, publicou em 1960 o estudo “Mariana em Preto e Branco”. Após o doutorado (com a tese “O Centro da Cidade de Salvador”), regressou para o Brasil.
Novamente professor da Católica de Filosofia, criou uma ambiente intelectual dinâmico, que atraiu dezenas de estudiosos estrangeiros para darem conferências e cursos.
No final dos anos 1950, Milton participou de um concurso (que acabou não se realizando) para livre-docente na Universidade Federal da Bahia. Após ter recorrido à Justiça, conseguiu prestar o exame, defendendo brilhantemente a tese “Os Estudos Regionais e o Futuro da Geografia”.
Na época, Milton Santos foi um dos fundadores do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, que demonstraria grande vitalidade na promoção dos estudos da área.
Com o golpe militar de 1964, Milton Santos foi preso e depois exilado. Convidado a lecionar na Universidade de Toulouse (França), ficou ali três anos. Seguiu então para Bordeaux (também na França), onde conheceu Marie-Hélène, a geógrafa que se tornaria sua companheira e com quem teria o filho Rafael.
A década de 1970 foi um período intelectualmente bastante fértil para Milton Santos, que estudou e trabalhou em universidades no Peru, na Venezuela e nos EUA. Nesse último país, entre 1975 e 1976, foi pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Em 1977, retornou para o Brasil, trazendo já completa a obra “Por uma Geografia Nova”. Começou então um período difícil. Atuou como consultor e professor assistente e realizou trabalhos esporádicos até que, em 1984, conseguiu o posto de professor titular na Universidade de São Paulo (USP).
Em 1994, recebeu o Prêmio Vautrim Lud, considerado “o Nobel da geografia”. Continuou trabalhando ativamente até o fim da vida e foi agraciado com inúmeras honrarias, títulos e medalhas. Milton Santos morreu aos 75 anos, legando obras e atividades que foram um marco nos estudos geográficos no Brasil.
Nelson Rodrigues
(Dramaturgo brasileiro)
23-8-1912, Recife (PE)
21-12-1980, Rio de Janeiro (RJ)
Nelson Rodrigues foi o mais revolucionário personagem do teatro brasileiro, abrindo as portas à moderna dramaturgia do país. Percorreu, contudo, um árduo itinerário, marcado pelas tragédias familiares e pela crítica contraditória. Desde seu primeiro texto, A Mulher Sem Pecado (1942), foi considerado ao mesmo tempo um imoral e um moralista, reacionário e pornográfico, um gênio e um charlatão, escandalizando, como nunca, o público e a imprensa especializada da época com seu teatro desagradável. Explorando a vida cotidiana do subúrbio do Rio de Janeiro, preencheu os palcos com incestos, crimes, suicídios, personagens beirando a loucura, inflamadas de desejos e agindo apaixonadamente, até matando, e diálogos rápidos, diretos, quase telegráficos, carregados de tragédia e humor. Quando lançou Vestido de Noiva (1943), montado pelo grupo Os Comediantes, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, renovou o teatro do país, quer pelo texto quer pela direção de Ziembinsky, e obteve sucesso. Nos anos seguintes, no entanto, teve suas peças interditadas pela censura, passou a ser sinônimo de obsceno e tarado e ficou conhecido como autor maldito. Nascido à beira-mar no Recife, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, para o pai tentar a vida como jornalista, em 1916. Foi o filho, no entanto, que brilhou na profissão. Aos 13 anos já era repórter policial do jornal A Crítica. Seu talento estendeu-se a todos os grandes jornais do Rio. Fanático torcedor do Fluminense, foi um grande cronista esportivo, ao mesmo tempo que escrevia reportagens policiais e folhetins romanescos. Obsessivo, escreveu 17 peças, centenas de contos e nove romances. Entre as peças, destacam-se A Falecida (1953), Os Sete Gatinhos (1958), Boca de Ouro (1959), Beijo no Asfalto (1960) e Toda Nudez Será Castigada (1965).
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892. Um dos 15 filhos de uma família de clasmédia do sertão nordestino, passou parte da infância em Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL)se . Fez estudos secundários em Maceió, mas não cursou faculdade. Em 1910, sua família se estabelece em Palmeira dos Índios (AL).
Em 1914, após breve estada no Rio de Janeiro, trabalhando como revisor, retorna à cidade natal, depois da morte de três irmãos, vitimados pela peste bubônica. Passa a fazer jornalismo e política em Palmeira dos Índios, chegando a ser prefeito da cidade -(1928-30).
Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés – que viria a ser publicado em 1933. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a Imprensa e Instrução do Estado. Logo viriam “São Bernardo” (1934) e “Angústia” (1936, ano em que foi preso pelo regime Vargas, sob a acusação de subversão).
Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da experiência na prisão. Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o Rio de Janeiro, onde continua a publicar não só romances, mas contos e livros infantis. Vidas Secas é de 1938.
Em 1945, ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Sua viagem para a Rússia e outros países do bloco socialista é relatada em Viagem, publicado em 1953, ano de sua morte.
(Cientista social e escritor brasileiro)
15/03/1900, Recife (PE)
18/07/1986 Recife (PE)
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_379.html
Com o livro “Casa-Grande & Senzala”, publicado em 1933, Gilberto Freyre revolucionou a historiografia. Ao invés do registro cronológico de guerras e reinados, ele passou a estudar o cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais, manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios de jornais e outras fontes até então ignoradas. Usou também seus conhecimentos de antropologia e sociologia para interpretar fatos de forma inovadora.
Freyre fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação com Pernambuco, em especial Olinda e Recife.
No início dos anos 1920, estudou Ciências Sociais e Artes nos Estados Unidos. O professor Joseph Armstrong tentou convencê-lo a naturalizar-se, a exemplo do ucraniano Józef Korzeniowski, que se tornara Joseph Conrad. Freyre resistiu ao convite por preferir o português. “Hei de criar um estilo”, escreveu em seu diário.
Retornou ao Recife em 1924, mas partiu para o exílio após a Revolução de 1930. Depois de lecionar nos Estados Unidos, na Universidade de Stanford, em 1931, viajou para Europa. Voltou ao Rio de Janeiro, em 1932, e se dedicou a escrever “Casa-Grande & Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime de Economia Patriarcal”, publicado em 1933. Recusou empregos, viveu em casas de amigos e pensões baratas, até que o sucesso do livro lhe devolveu a carreira de professor. Em 1941, casou-se com Maria Magdalena Guedes Pereira.
Deputado federal constituinte, pela UDN (União Democrática Nacional) em 1946, sua vida política foi marcada pela ação contra o racismo. Em 1942, foi preso no Recife por ter denunciado nazistas e racistas no Brasil, inclusive um padre alemão. Reagiu à prisão, juntamente com seu pai, o educador e juiz de Direito, Alfredo Freyre. Ambos foram soltos no dia seguinte, por interferência do general Góes Monteiro. Em 1954, apresentou propostas para eliminar as tensões raciais na Assembléia Geral das Nações Unidas.
Freyre recebeu diversas homenagens. Entre elas, em 1962, o desfile da escola de samba Mangueira, com enredo inspirado em “Casa-grande & Senzala”. Foi doutor pelas Universidades de Paris (Sorbonne), Colúmbia (EUA), Coimbra (Portugal), Sussex (Inglaterra) e Münster (Alemanha). Em 1971, a Rainha Elizabeth lhe conferiu o título de Sir (Cavaleiro do Império Britânico).
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4122.html
Crítico, ensaísta, tradutor, filólogo e lexicógrafo, nasceu em Passo de Camaragibe, AL, em 2 de maio de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de fevereiro de 1989. Eleito em 4 de maio de 1961 para a Cadeira n. 30, na sucessão de Antônio Austregésilo, foi recebido em 18 de dezembro de 1961, pelo acadêmico Rodrigo Otávio Filho.
Filho de Manuel Hermelindo Ferreira, comerciante, e de Maria Buarque Cavalcanti Ferreira. Passou parte da infância em Porto das Pedras, AL, e estudou as primeiras letras em Maceió. Fez os preparatórios no Liceu Alagoano. Aos 15 anos ingressou no magistério e passou a se interessar pela língua e literatura portuguesas. Diplomou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1936. Em 1930 fez parte de um grupo de intelectuais que exerceria forte influência literária no Nordeste, entre outros, Valdemar Cavalcanti, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Raul Lima, Rachel de Queiroz. Em 1936 e 1937, foi professor de Português, Literatura e Francês no Colégio Estadual de Alagoas, e em 1937 e 1938, diretor da Biblioteca Municipal de Maceió.
Passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1938. Continuou no magistério, como professor de Português e Literatura Brasileira no Colégio Anglo-Americano em 1939 e 1940; professor de Português no Colégio Pedro II, de 1940 a 1969, e professor de Ensino Médio do Estado do Rio de Janeiro, de 1949 a 1980. Contratado pelo Ministério das Relações Exteriores, exerceu a cátedra de Estudos Brasileiros na Universidade Autônoma do México, de junho de 1954 a dezembro de 1955.
Colaborou na imprensa carioca, escrevendo contos e artigos. Foi secretário da Revista do Brasil (3a fase), quando era seu diretor Otávio Tarquínio de Sousa, de 1939 a 1943. Nessa época, evidenciava-se o escritor, nos contos de Dois mundos, livro publicado em 1942 e premiado em 1944 pela Academia Brasileira de Letras, e no ensaio “Linguagem e estilo de Eça de Queirós”, publicado em 1945. Em 1941 começou Aurélio Buarque a atividade que o iria absorver a vida inteira e que, de certa forma, iria suplantar o Aurélio escritor: o Aurélio dicionarista. Foi quando o convidaram a executar, pela primeira vez, um trabalho lexicográfico, como colaborador do Pequeno dicionário da língua portuguesa. Em janeiro de 1945, tomou parte no I Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo.
As múltiplas atividades de professor, lexicógrafo e de verdadeiro colaborador nas obras de seus amigos escritores valeram-lhe, desde aquela época, o título de “Mestre”. Em 1947, iniciou no Suplemento Literário do Diário de Notícias a seção “O Conto da Semana”, que durará até 1960 e, a partir de 1954, terá a colaboração de Paulo Rónai. Essa colaboração entre os dois amigos vinha desde 1941, quando se conheceram na redação da Revista do Brasil, e se concretizou no trabalho conjunto dos cinco volumes da coleção Mar de histórias, antologia do conto mundial, o primeiro deles publicado em 1945.
A partir de 1950 Aurélio Buarque manteve, na revista Seleções do Reader’s Digest, a seção “Enriqueça o seu vocabulário”, que em 1958 ele irá reunir e publicar no volume de igual título. Em 1963, tomou parte, em Bucareste, representando a Academia, no Simpósio de Língua, História, Folclore e Arte do Povo Romeno, visitando na mesma ocasião a Bulgária, Iugoslávia, Tchecoslováquia e Grécia. Foi membro da Comissão Nacional do Folclore e da Comissão Machado de Assis.
A preocupação pela língua portuguesa, a paixão pelas palavras levou-o à imensa tarefa de elaborar o seu próprio dicionário, e esse trabalho lexicográfico ocupou-o durante muitos anos. Finalmente, em 1975, saiu o Novo dicionário da língua portuguesa, conhecido por todos como o dicionário Aurélio. Desde a sua publicação, Mestre Aurélio atendeu a muitos convites, no Brasil inteiro, para falar do Dicionário e dos mistérios e sutilezas da língua portuguesa, que ele enriqueceu de tantos brasileirismos, fazendo do brasileiro comum um consulente de dicionário e um usuário consciente do seu idioma. Pronunciou numerosas conferências, sobre assuntos literários e lingüísticos, no México, Estados Unidos, Cuba, Guatemala e Venezuela.
Pertenceu à Associação Brasileira de Escritores, seção do Rio de Janeiro (1944-49). Era membro da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, da Academia Alagoana de Letras e da Hispanic Society of America.
Obras: Dois mundos, contos (1942); “Linguagem e estilo de Eça de Queirós”, in Livro do centenário de Eça de Queirós (1945); Mar de histórias (Antologia do conto mundial), em colaboração com Paulo Rónai, I vol. (1945); II vol. (1951); III vol. (1958); IV vol. (1963); V vol. (1981); Contos gauchescos e lendas do sul, de Simões Lopes Neto. Edição crítica, com amplo estudo sobre a linguagem e o estilo do autor (1949); O romance brasileiro (de 1752 a 1930), história literária (1952); Roteiro literário do Brasil e de Portugal (Antologia da língua portuguesa), em colaboração com Álvaro Lins (1956); Território lírico, ensaios (1958); Enriqueça o seu vocabulário, filologia (1958); Vocabulário ortográfico brasileiro (1969); O chapéu de meu pai, edição revista e reduzida de Dois mundos (1974); Novo dicionário da língua portuguesa (1975); Minidicionário da língua portuguesa (1977).
Além dos contos que traduziu para a coleção Mar de Histórias, Aurélio Buarque de Holanda traduziu romances de vários autores, os Poemas de amor, de Amaru, e os Pequenos poemas em prosa, de Charles Baudelaire.
Escritora brasileira
Rachel de Queiroz
17/11/1910, Fortaleza (CE)
4/11/2003, Rio de Janeiro (RJ)
4/11/2003, Rio de Janeiro (RJ)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Filha de intelectuais, Rachel de Queiroz descendia pelo lado paterno do romancista José de Alencar. Ainda criança, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, fugindo da seca de 1915. (O fato seria depois tematizado em "O Quinze".)
Logo em seguida, a família mudou-se de novo, indo para Belém, onde ficou dois anos. Em 1917, voltou para Fortaleza, pois o pai foi designado juiz na capital cearense.
Em 1921, Rachel ingressou na escola normal, onde se diplomaria em 1925.
Estreou em jornal em 1927, com o pseudônimo Rita de Queiroz. Em 1930, aos 20 anos, publicou "O Quinze", seu primeiro romance. Tratando dos flagelados e da pobreza nordestina, foi bem recebido pela crítica, tendo merecido comentários de intelectuais como Augusto Frederico Schmidt e Graça Aranha.
Na década de 1930, Rachel entrou para o Partido Comunista Brasileiro, desenvolvendo militância política em Pernambuco (em 1937, chegaria a ser presa).
Casou-se com José Auto da Cruz Oliveira em 1932. Na mesma época, colaborou como cronista para jornais e revistas e publicou uma série de traduções, de autores como Jane Austin, Balzac e Dostoievski.
Em 1937, saiu o romance "Caminho de Pedra". Dois anos depois, foi a vez de "As Três Marias". Em 1948, suas crônicas foram reunidas na antologia "A Donzela e a Moura Torta".
A autora estreou no teatro em 1953, com a peça "Lampião". Em 1958, publicou "A Beata Maria do Egito".
Nos anos 1960, Rachel de Queiroz passou a colaborar com o governo militar, sendo nomeada para integrar o Conselho Federal de Educação em 1967.
Em 1969, lançou "O Menino Mágico", seu primeiro romance infanto-juvenil. Em 1975, publicou o romance "Dora Doralina". Dois anos depois, tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.
Traduzida para diversos idiomas, tendo ainda livros adaptadas para o cinema e a televisão, Rachel de Queiros obteve amplo reconhecimento por sua obra. Em 1989, a José Olympio Editora publicou sua "Obra Reunida", em cinco volumes.
Em 1992 escreveu "Memorial de Maria Moura", romance que lhe trouxe diversos prêmios, entre eles o prestigiado Camões, dedicado ao melhor autor do ano em língua portuguesa.
Aos 92 anos, dormindo em sua rede, morreu Rachel de Queiroz.
Atualizada em 2/3/10, às 17h53
Logo em seguida, a família mudou-se de novo, indo para Belém, onde ficou dois anos. Em 1917, voltou para Fortaleza, pois o pai foi designado juiz na capital cearense.
Em 1921, Rachel ingressou na escola normal, onde se diplomaria em 1925.
Estreou em jornal em 1927, com o pseudônimo Rita de Queiroz. Em 1930, aos 20 anos, publicou "O Quinze", seu primeiro romance. Tratando dos flagelados e da pobreza nordestina, foi bem recebido pela crítica, tendo merecido comentários de intelectuais como Augusto Frederico Schmidt e Graça Aranha.
Na década de 1930, Rachel entrou para o Partido Comunista Brasileiro, desenvolvendo militância política em Pernambuco (em 1937, chegaria a ser presa).
Casou-se com José Auto da Cruz Oliveira em 1932. Na mesma época, colaborou como cronista para jornais e revistas e publicou uma série de traduções, de autores como Jane Austin, Balzac e Dostoievski.
Em 1937, saiu o romance "Caminho de Pedra". Dois anos depois, foi a vez de "As Três Marias". Em 1948, suas crônicas foram reunidas na antologia "A Donzela e a Moura Torta".
A autora estreou no teatro em 1953, com a peça "Lampião". Em 1958, publicou "A Beata Maria do Egito".
Nos anos 1960, Rachel de Queiroz passou a colaborar com o governo militar, sendo nomeada para integrar o Conselho Federal de Educação em 1967.
Em 1969, lançou "O Menino Mágico", seu primeiro romance infanto-juvenil. Em 1975, publicou o romance "Dora Doralina". Dois anos depois, tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.
Traduzida para diversos idiomas, tendo ainda livros adaptadas para o cinema e a televisão, Rachel de Queiros obteve amplo reconhecimento por sua obra. Em 1989, a José Olympio Editora publicou sua "Obra Reunida", em cinco volumes.
Em 1992 escreveu "Memorial de Maria Moura", romance que lhe trouxe diversos prêmios, entre eles o prestigiado Camões, dedicado ao melhor autor do ano em língua portuguesa.
Aos 92 anos, dormindo em sua rede, morreu Rachel de Queiroz.
Atualizada em 2/3/10, às 17h53
Romancista baiano
Jorge Amado
10/8/1912,
Itabuna (BA)
6/8/2001,
Salvador (BA)
Jorge
Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do
"coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi para
Ilhéus com apenas um ano e lá passou a infância e descobriu as letras. A
adolescência ele viveria em Salvador, no contato com aquela vida popular que
marcaria sua obra.
Aos
14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos
fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do
Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das
letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia",
época em que também escreveu na revista literária "A Luva".
Estreou
na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela
"Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro.
Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931),
"Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge
Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no
Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939,
foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu
os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de
Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".
Em
parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em
Praga (1951-2).
Voltando
para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal
"O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário
Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário
"Para Todos" (1956-8).
Em
1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado daAssembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da
primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi
responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958,
escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade"
e "Gabriela, Cravo e Canela".
Em
abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de
Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou os romances
"A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos
Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da
Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos
milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra",
"Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".
Suas
obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o
cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só
no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha, Polônia,Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O
Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos"
(1994).
Além
de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças, histórias infantis e
guias de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus"
(1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do
Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das
Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve
dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma,
psicóloga.
Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em
Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore
(uma mangueira) em sua casa.]
Escritor e poeta brasileiro
Ferreira Gullar
10/9/1930,
São Luís (MA)
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José
Ribamar Ferreira nasceu na capital do Maranhão e era um dos onze filhos que
teriam seus pais, Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.
Modificou
seu nome aos 18 anos, adotando o "Goulart" materno, adaptado a uma
grafia portuguesa. Durante a adolescência, descobriu a poesia clássica e em
seguida, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, entre outros.
Seu
primeiro livro, "Um pouco acima do chão" (1949) acabou excluído de
sua bibliografia. Em 1950, com o poema "O galo", ganhou um concurso
promovido pelo Jornal de Letras, tendo no júri Manuel Bandeira, Willy Lewin e
Odylo Costa Filho.
Ferreira
Gullar mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, onde conheceu o crítico de arte
Mário Pedrosa e o escritor Oswald de Andrade, e trabalhou como revisor na revista
"O Cruzeiro".
Em
1954, publicou "A luta corporal", cujo projeto gráfico chamou a
atenção de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Gullar trabalhou na
revista "Manchete" e no "Diário Carioca", e depois se
engajou no projeto do "Suplemento Dominical" do "Jornal do
Brasil".
Gullar
participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta no MASP, em 1956. No ano
seguinte, quando a mostra foi para o Rio de Janeiro, distanciou-se do grupo
concretista de São Paulo. Em 1958, lançou o livro "Poemas".
Um
ano depois, redigiu o "Manifesto Neoconcreto", publicado no
"Suplemento Dominical" e também assinado por Lygia Pape, Franz
Waissman, Lygia Clark, Amilcar de Castro e Reynaldo Jardim, entre outros.
"O manifesto" abriu o catálogo da I Exposição de Arte Neoconcreta, no
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Em
1961, Gullar assumiu a direção da Fundação Cultural de Brasília no governo de
Jânio Quadros. Na instituição, que dirigiu até outubro de 1961, construiu o
Museu de Arte Popular.
A
partir de 1962, passou a fazer parte do Centro Popular de Cultura (CPC) da
União Nacional dos Estudantes e trabalhou na sucursal carioca de O Estado de S.
Paulo. Nesse ano, publicou "João Boa-Morte, cabra marcado para
morrer" e "Quem matou Aparecida".
Após
ser eleito presidente do CPC, em 1963, filiou-se ao Partido Comunista em abril
de 1964, ano em que fundou o grupo Opinião, com Oduvaldo Vianna Filho, Paulo
Pontes e outros.
Em
1966, a peça "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", escrita
em parceria com Oduvaldo Viana Filho, conquistou os prêmios Molière e Saci. No
ano seguinte, o grupo Opinião encenou, também no Rio, a peça "A saída?
Onde está a saída?", escrita em parceria com Antônio Carlos Fontoura e
Armando Costa.
Durante
o governo militar, em 13 de dezembro de 1968, Gullar foi preso em companhia de
Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1969, ainda lançou o ensaio
"Vanguarda e subdesenvolvimento", mas passou a dedicar-se à pintura
e, em 1971, pariu para o exílio, morando em Moscou e depois em Santiago, Lima e
Buenos Aires.
Durante
esse período, colaborou com O Pasquim, sob o pseudônimo de Frederico Marques.
Em 1975, publicou "Dentro da noite veloz" e escreveu, em Buenos
Aires, o famoso "Poema sujo", que chegou ao Brasil gravado em uma
fita, trazida por Vinicius de Moraes e publicado no ano seguinte pela editora
Civilização Brasileira. O lançamento do livro no Rio de Janeiro tornou-se um
ato pela volta de Gullar, que acabou retornando ao Brasil em 10 de março de
1977.
Nesse
ano, lançou "Antologia Poética" e "La Lucha Corporal y Otros
Incêndios", publicado em Caracas, Venezuela. No ano seguinte, gravou o
disco "Antologia Poética de Ferreira Gullar" e a peça teatral
"Um rubi no umbigo" foi encenada.
Seu
livro "Na Vertigem do Dia" foi publicado em 1980 e "Toda
poesia" marcou seus 50 anos de vida. Lançou ainda o livro "Sobre
Arte", uma coletânea de artigos publicados na revista Módulo, entre 1975 e
1980.
Em
1985. Gullar foi premiado com um Molière por sua versão para "Cyrano de
Bergerac", de Edmond Rostand. Dois anos depois, lançou o livro de poemas
"Barulhos". Em 1989, publicou ensaios sobre cultura brasileira em
"Indagações de Hoje". Assumiu a direção do Instituto Brasileiro de
Arte e Cultura em 1992, permanecendo até 1995.
Criticou
as vanguardas no livro "Argumentação Contra a Morte da Arte", em
1993, criando polêmica entre artistas plásticos. No ano seguinte, morre sua
mulher, Thereza Aragão, produtora e pesquisadora de música popular brasileira,
com quem teve três filhos.
Em 1997, lançou "Cidades inventadas" e
passou a viver com a poeta Cláudia Ahimsa. "Rabo de Foguete - Os Anos de
Exílio" é publicado em 1998. No ano seguinte, lançou "Muitas
vozes" e foi agraciado com o Prêmio Jabuti, na categoria poesia. Em 2000,
recebeu o Prêmio Multicultural Estadão, de O Estado de São Paulo, pelo conjunto
de sua obra.
Escritor e diplomata
Aluísio Azevedo
14/04 /1857,
São Luís (MA)
21/01/1913,
Buenos Aires, Argentina
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Como um jornalista,
Aluísio Azevedo ia aos locais onde pretendia ambientar seus romances,
conversava com as pessoas que inspirariam suas personagens, misturava-se a
elas. Procurava assim reproduzir o mais fielmente possível a realidade que
retratava. Além disso, desenhista habilidoso, às vezes, desenhava suas
personagens em papel cartão, recortava-as e as colocava em ação, num teatro
para si mesmo, de modo a visualizar as cenas que iria narrar.
Aluísio Tancredo
Gonçalves de Azevedo foi um crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas
instituições. Abandonou as tendências românticas em que se formara, para
tornar-se o criador do naturalismo no Brasil, influenciado por Eça de Queirós e
Émile Zola. Seus temas prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o
anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e
a vida do povo humilde.
Nascido em São
Luís, Aluísio viajou para o Rio de Janeiro aos 17 anos a chamado do irmão, o
teatrólogo Artur Azevedo. Começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes
e logo passou a colaborar, com caricaturas e poesias, em jornais e revistas.
A partir da
publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima de mulher (1880), em estilo
romântico e extremamente sentimental, viveu durante 15 anos do que ganhava como
escritor. Por isso, sua obra pode ser dividida em duas partes: a primeira,
romântica, escrita para agradar o público e vender bem, de modo a garantir-lhe
a sobrevivência. A segunda, naturalista, para expressar sua visão de mundo e as
mazelas do Brasil. Foi esta que lhe deu destaque na história da literatura
brasileira.
É o caso de O
mulato, publicado em 1881, no auge da campanha abolicionista, que provocou um
grande escândalo. O autor tentava analisar a posição do mestiço na sociedade
maranhense de seu tempo e atacou o preconceito racial. Até 1895 escreveu 19
trabalhos, entre romances e peças teatrais. Continuou colaborando em jornais e
revistas, com caricaturas, contos, críticas e novelas. Ele próprio tentou
lançar em São Luís um periódico anticlerical intitulado O Pensador, no mesmo
ano de publicação de O mulato. A reação hostil da sociedade provinciana e do
clero fez com que voltasse definitivamente para o Rio de Janeiro.
Ao ingressar por
concurso na carreira diplomática, em 1895, encerrou a sua história literária. A
serviço do Brasil, esteve na Espanha, Japão, Uruguai, Inglaterra, Itália,
Paraguai e Argentina, onde morreu.
Além de O mulato, os romances que o consagraram perante a crítica e o
público culto foram: Casa de pensão (1884), inspirado num caso da crônica
policial do Rio, que descreve a vida nas pensões chamadas familiares, onde se
hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital; e O cortiço
(1890), considerado sua obra-prima, onde narra, em linguagem vigorosa, a vida
miserável dos moradores de duas habitações coletivas.
Poeta Maranhense bem brasileiro
Antonio Gonçalves Dias
10/08/1823, Caxias (MA) 03/11/1864,
naufrágio do navio Ville de Boulogne, Atins (MA)
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Aluno de Direito em Coimbra a partir
de 1840, Gonçalves Dias foi colega dos principais escritores da primeira fase
do Romantismoportuguês. Inspirado por
essa convivência e a saudade da pátria, escreveu a "Canção do Exílio"
- poema que se tornou tão célebre que alguns de seus versos são citados
no Hino Nacionalbrasileiro. Orgulhoso do fato
de ser descendente de brancos, índios e negros, seu pai era o comerciante
português João Manuel Gonçalves Dias, e a mãe, Vicência Ferreira, mestiça.
De volta ao Brasil, viveu no Rio de
Janeiro entre 1846 e 1854. Em 1849, foi nomeado professor de Latim e História
do Colégio Pedro II, e fundou a revista literária "Guanabara" junto
com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo.
Em 1851, a mãe de Ana Amélia Ferreira
não concordou com a paixão do mestiço Gonçalves Dias por sua filha. Várias de
seus poemas, inclusive "Ainda uma vez, Adeus" foram escritos para Ana
Amélia. Frustrado, casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa, de
quem se separou em 1856.
Nomeado para a Secretaria dos
Negócios Estrangeiros, viveu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de
estudos e pesquisa. Viajou para a Alemanha, onde o livreiro-editor Brockhaus
editou os primeiros quatro cantos de "Os Timbiras", compostos dez
anos antes. Voltou ao Brasil e, entre 1861 e 62, navegou pelos rios Madeira e
Negro, com uma missão científica de exploração.
De 1863 a 1864, viajou pela Europa em busca de tratamento para sua
saúde bastante abalada. Passou por estações de cura de várias cidades
européias. Em 10 de setembro de 1864, embarcou para o Brasil no navio Ville de
Boulogne, que naufragou nas costas do Maranhão. O poeta foi a única vítima, aos
41 anos de idade, porque não teve forças para sair do camarote.
Segundo a crítica, suas principais
obras literárias foram escritas até 1854: os "Cantos", as
"Sextilhas", a "Meditação", os trechos iniciais de "Os
Timbiras", e a peça de teatro "Leonor de Mendonça". No período
final, favorecido pelas comissões oficiais e as viagens à Europa, escreveu o
"Dicionário da Língua Tupi", os relatórios científicos, as traduções
do alemão, e o final da epopéia "Os Timbiras".
Sua obra pode ser enquadrada no Romantismo. Procurou formar um sentimento
nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na
literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o indianismo.
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