quarta-feira, 6 de junho de 2012

Machado de Assis, o bruxo das palavras






Machado de Assis é, sem sombra de dúvida, um dos maiores escritores da literatura, não só brasileira, mas, também, mundial. Para quem já leu qualquer coisa dele, é desnecessário dizer o quão genial ele era.


Pode-se dizer que o bruxo do Cosme Velho, como assim o definiu Drummond, além de literato, era filósofo, historiador e psicólogo, pois tamanho era seu saber a cerca dessas áreas. Mesmo não frequentando regularmente a escola, o autor de Dom Casmurro conseguiu absorver, através da leitura de livros dos mais variados temas, o máximo de conhecimento que pôde.



Seus livros, além de proporcionarem infinito prazer cultural a quem os lê, contém verdadeiras aulas de língua portuguesa. Machado de Assis conhecia o idioma de Camões como ninguém mais no mundo. Era um mestre das palavras.


Portanto, para que fique claro seu talento ímpar com a escrita, aqui estão algumas citações de Dom Casmurro, um de seus mais famosos livros.

  • "Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar, tinha orgias do latim e era virgem de mulheres."
Capítulo XIV
  • "Não prometo vencer, mas lutar; trabalharei com alma."
Capítulo XXVI
  • "Quantas intenções viciosas há assim que embarcam, a meio caminho, numa frase inocente e pura! Chega a fazer suspeitar que a mentira é tão involuntária como a transpiração."
Capítulo XLI
  • "Há pessoas a quem as lágrimas não acodem logo nem nunca, diz-se que padecem mais que as outras."
Capítulo LIII
  • "A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente."
Capítulo LXVI
  • "Ora, há só um modo de escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal."
Capítulo LXVIII
  • "...um dia uma ou duas virtudes medianas pagam todos os pecados grandes."
Capítulo CXIV
  • "...a vaidade é um princípio de corrupção."
Capítulo CXVII 
  • "...não é só o céu que dá as nossas virtudes, a timidez também, não contando o acaso, mas o acaso é um mero acidente; a melhor origem delas é o céu."
- Capítulo CXVIII

Fora esses trechos, há outras passagens no livro, que foram magistralmente escritas. O capítulo IX, intitulado "A ópera", é uma aula de filosofia em torno da existência humana. Quem já leu sabe do que se trata; aos que ainda não o leram, é recomendável que o façam.

Enfim, para os amantes da literatura, qualquer texto machadiano pode ser uma obra exímia.

Flávio Antunes Soares 

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